Desde que surgiu, em 2001, o desenho animado Sorriso Metálico (“Braceface”, no original), produzido no Canadá, e que conta a história de Sharon Spitz, uma pré-adolescente que tem sua vida mudada ao colocar um aparelho dentário que lhe confere poderes especiais, o fato de usar aparelho ortodôntico na infância mudou. Na vida real, os aparelhos podem não transformar as crianças em super-heróis, mas estão cada vez mais populares, diferente de anos atrás quando sofriam bullyng.
Os principais causadores da necessidade de uso de aparelhos ortodônticos na infância são hábitos como chupar dedo, chupeta ou roer unhas por longos períodos, além de problemas respiratórios, que podem levar a deformidades ósseas e posicionamento dentário inadequado; mas que podem ser devidamente tratadas se houver intervenção precoce.
A hora certa para iniciar o
tratamento
A dúvida mais comum entre os pais é se não é muito cedo para intervir. Muitos acreditam que não se deve iniciar o tratamento até que todos os dentes de leite (decíduos) já tenham sido substituídos por permanentes, mas há tratamentos que produzem resultados melhores se realizados logo cedo. A primeira consulta para avaliação deve ocorrer por volta dos sete anos de idade. Neste momento, pode ser detectado algum problema que precise ser tratado antes de se completar o desenvolvimento total dos ossos da face e da oclusão (termo relacionado à arcada dentária e à mordida), alcançando resultados que não seriam possíveis após o término da fase de crescimento.
Apesar de o tratamento em
idade precoce produzir modificações significativas, para a maioria das
crianças, uma consulta de avaliação é suficiente para determinar se há a
necessidade e, se houver, a época adequada para um tratamento ortodôntico. Por
isso, os especialistas alertam para o fato de que a decisão pela intervenção
deve partir sempre do ortodontista que atende a criança. Qualquer movimentação
dentária proposta nesse período precisa ser feita com muito cuidado para não
comprometer a formação das raízes e a erupção dos dentes permanentes.
Existem diferentes tipos de aparelhos ortodônticos. Os mais usados por crianças menores são os aparelhos preventivos e interceptativos que, como o nome já diz, previnem e/ou interceptam problemas dentais ou ósseos.
Já os aparelhos fixos, com braquetes, salvo alguns casos específicos, são indicados no início da dentição permanente, quando todos os dentes de leite caíram. Um motivo para esta indicação é o tempo de permanência do aparelho na boca, que deve ser o menor possível, já que este dificulta a higienização, ao mesmo tempo em que aumenta a superfície disponível para a retenção de biofilme (antigamente chamado placa bacteriana). Além disso, somente quando todos os dentes permanentes estão na boca é possível um ‘engrenamento’ para que fiquem estáveis.
O importante é que os pais
procurem o quanto antes um tratamento ortodôntico adequado para os filhos, na
idade certa.